A carta que escrevi para ti "b".
Hoje escrevi-te uma carta que guardo para quando ma pedires. AMO-TE bERTA, e apetece-me grita-lo ao mundo, mas digo-o de forma escondida.
Xavier
Xavier
+ Imploding - To collapse internally + Mutant - In constant transformation + Hysteria - As a way to express ourselves
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… em dois tempos difusos, a nossa “sombra” insiste numa perseguição cerrada de nós próprios. Funde-se no nosso imaginário e na nossa consequente atitude perante a personalidade que emancipamos e a “impressão” que provocamos nos outros.
Em pouco tempo desgastamos os gestos mais simples e o quotidiano apaga-nos na hora de manifestarmos as emoções e os sentimentos mais sinceros e genuínos. É como se o receio do ridículo nos tomasse como ingénuos, indefesos ou inseguros e, na hora de dizermos o que na verdade sempre desejámos dizer, as palavras não flúem e não ganham forma para acompanhar a intensidade das nossas emoções.
Entre ele e eu isso nunca deverá acontecer! A prova disso é que a pouco tempo de revelarmos a nossa amizade fomos instintivos e francos nas defesas sóbrias com que ambos nos encorajámos para nos enfrentarmos. (Lembrar-me-ei para sempre desse dia em frente da marisqueira, não por qualquer tipo de rancor, mas como referência importante na percepção do que nos une, passados uns quantos meses desse acontecimento…)
Para além de todos os defeitos que encontramos um no outro, a declaração da minha admiração e gosto nesta amizade preza em dois valores que me são muito “caros”: a honestidade e a fidelidade.
Nesta premissa o quero declarar; ele sabe que me faz bem e o dia que assim não for, por alguma razão, saberemos conversar e partir sem medo do futuro que nos esteja reservado, por em dignidade termos construído esta amizade.
Pelas palavras de Bernardo Soares, no livro do desassossego:
“Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu; sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo, com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção – isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.
Esta madrugada é a primeira do mundo….”
Abraço-te
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